terça-feira, 16 de junho de 2009

Zona do euro perdeu 1,2 milhão de empregos
Publicado no JC em 16.06.2009

LONDRES – A economia da zona do euro perdeu 1,220 milhão de postos de trabalho no primeiro trimestre deste ano, o que significou uma queda de 0,8% no número de pessoas empregadas em relação ao quarto trimestre do ano passado. Trata-se da pior taxa já registrada no bloco nessa comparação.

A União Europeia (UE), por sua vez, perdeu 1,916 milhão de empregos, apresentando também um recuo de 0,8% na mesma comparação. Os dados foram divulgados ontem pela Eurostat, a agência europeia de estatísticas.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2008, a queda nas duas regiões foi de 1,2%. No quarto trimestre do ano passado, o emprego na zona do euro sofreu uma queda de 0,4% em relação ao trimestre imediatamente anterior, e na União Europeia como um todo, a queda foi de 0,3%.

Já na comparação com o último trimestre de 2007, o nível de emprego na zona do euro entre os meses de outubro e dezembro do ano passado manteve-se estável e, na UE, houve um ligeiro aumento de 0,2%.

A Eurostat estima que, no trimestre passado, 223,8 milhões de pessoas estavam empregadas na UE, das quais 146,2 milhões estavam na zona do euro.

A zona do euro é formada por Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta e Portugal.

Já a União Europeia inclui, além destes, a Bulgária, Dinamarca, Reino Unido, República Tcheca, Suécia, Polônia, Hungria, Romênia, Estônia, Lituânia e Letônia.

Entre os membros da zona do euro cujos dados estão disponíveis, a Espanha sofreu a maior queda no emprego, de 3,1% em relação ao quarto trimestre de 2008 e de 6,4% em comparação ao primeiro trimestre de 2008.

sábado, 13 de junho de 2009

Recuperação de empregos pode levar até 8 anos
JC Publicado em 13.06.2009
Para diretor da OIT, ainda é cedo para declarar vitória, pois o mundo vai precisar de tempo para recuperar nível de emprego de antes da recessão

GENEBRA – Governos não devem ter uma posição ideológica sobre a questão da flexibilidade no mercado de trabalho. A avaliação é do diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavia, que argumenta que o mundo poderá levar até oito anos apenas para recuperar as mesmas taxas de emprego que existiam antes da recessão. “Não podemos declarar vitória muito cedo apenas porque alguns dados mostram um pequeno crescimento.” Na segunda-feira, a OIT abre sua conferência internacional sobre a crise no trabalho, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A delegação brasileira revelou que o discurso de Lula será o de defesa dos direitos dos trabalhadores e contra qualquer tentativa de flexibilização das condições e benefícios do trabalho.

O governo avalia até mesmo ratificar uma convenção da OIT que dificultaria demissões. “Não há condições sequer de falar em redução dos direitos dos trabalhadores”, afirmou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Somavia alerta que a decisão de adotar ou rejeitar medidas de flexibilização no trabalho não deve ser um objetivo ideológico. “A flexibilização é um instrumento. Depende do país e do setor”, disse.

O diretor da OIT lembra que os países nórdicos são os principais defensores de medidas de flexibilização no mundo do trabalho. “Quando olhamos para quais são os países mais competitivos do mundo, vemos que são os países nórdicos. Se a flexibilização fosse ruim, não seriam os mais competitivos”, disse. “Mas cada país deve adotar esse instrumento se achar que pode funcionar”, disse. Ele não nega que, em uma crise, adaptações sejam necessárias.

Somavia admite que o governo de Lula no Brasil “teria sido de crescimento, em condições normais”. “O maior problema dessa crise é que países que estavam funcionando bem, de repetente, foram afetados”, disse. O diretor da OIT ainda lembrou que países que basearam seu crescimento apenas na exportação viram que isso não funcionaria. “Precisa haver um equilíbrio entre o crescimento doméstico e as exportações”, disse.

Ela acredita que o Brasil deve escolher entre uma série de políticas para poder superar a recessão. Mas insistiu que, em qualquer delas, seria necessário o diálogo social. Outro alerta de Somavia é quanto a tendência do mercado de “começar a abrir champagne” diante da estabilização relativa dos mercados. “Para muitos, a economia pode até ter chegado ao fundo do poço. Mas para vários outros, a questão é que não há como sair de lá”, alertou.

Lupi, em discurso hoje na OIT, insistiu que “o Brasil foi o primeiro país a sair da crise. No atual trimestre, vamos crescer em 1%”, garantiu. Além de Lula, o evento contará com presidentes da Argentina, França, Moçambique, Noruega e outros.

Para Somavia, se os governos deixarem a situação como está e não tomarem medidas concretas para a geração de empregos, quase uma década poderá se passar até que as taxas de desemprego voltem às de 2008. “Entre 39 e 59 milhões de pessoas podem perder seus trabalhos entre 2007 e o final de 2009. Para recuperar isso, precisaríamos entre seis e oito anos para retornar a taxas que sequer eram tão boas”, afirmou Somavia.

*HOJE: Estreia do Projeto de Extensão* *CineJus Paulo Freire* Projeto de Extensão CineJus Paulo Freire. Coordenacao: Cristiniana Cavalcan...